sábado, 27 de outubro de 2012
O SOFÁ
Entrou dentro no sofá fazendo o pó cobrir a sala. O repouso das bundas, deixava-lhe ora alegre, ora apreensivo. Gostava de participar da decoração e as vezes acendia como um abajur. Falar não falava, somente dizia sim, não, obrigado. Um dia veio há reposar um outro na poltrona enfrente. O pó os cobriu antes da faxineira chegar, tirando sua liberdade. Caretas fazia, mas a poltrona nem se incomodava. Os eventos seguintes, deslocaram-se para cozinha. Sofá e poltrona foram trocados e o novo dono da casa ninguém conhece.
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UMA NOITE MAL DORMIDA
Depois de assistir a um filme, de repente se espantou. Uma ideia clareava sua mente de maneira assustadora. Seriam os psicopatas uma evolução para a sociedade? Tal ideia o assombrou de tal forma, que à noite ao dormir teve um pesadelo em que fazia amizade com um psicopata que só fingia ser seu amigo e aparecia de noite em sua casa, com uma faca afiada, pronto para lhe matar.
Assustado, acordou molhado e foi tomar uma água. Mais relaxado, desceu para seu quarto. Se fechou, apagou a luz se deitando na cama. Fechou os olhos e tentou voltar a dormir. Voltou a acordar e não pegava no sono. Começou a reparar nos ruídos de insetos que se arrastavam pelo quarto, pegadas de barata, insetos voadores e ranger dos móveis. Os gatos no telhado e no quintal, o vento nas folhas das arvores. A porta da garagem abrindo, pegadas subindo as escadas. O segundo portão se abrindo, pegadas cada vez mais nítidas até parar enfrente ao seu quarto. Seus olhos arregalaram no quarto escuro e seu coração era quase possível de se ouvir. A fechadura da porta começou a fazer barulho. Abrindo lentamente, um estranho, magro e alto com um rosto sem expressão, segura algo em sua mão. O homem do quarto grita, todos os vizinhos ouvem. __‘’não vai doer. Será rápido e indolor’’-fala o estranho segurando uma faca. Por instinto, o homem do quarto chuta-o para traz e sai correndo pelo quintal em direção ao jardim. O homem de faca na mão aproxima-se lentamente, cada vez mais próximo, mas sem pressa. A vítima desesperada implora pela vida ao estranho, que continua andando cada vez mais próximo até encurrala-lo.
Há dois metros de sua vítima, ergue a faca que reluz ao luar. Preparado para dar a facada certeira, seu pé tropeça em um buraco escondido pela grama fazendo seu corpo cair encima da faca. Desconsolado só tem tempo de dizer’’ não era para ser assim’’. O homem encostado no muro do jardim, aliviado pensa ’’a vida é cheia de acidentes’’
Os policiais logo chegam ao lugar do crime e quando o homem acorda, pensa: preciso parar de ver esses filmes.
Assustado, acordou molhado e foi tomar uma água. Mais relaxado, desceu para seu quarto. Se fechou, apagou a luz se deitando na cama. Fechou os olhos e tentou voltar a dormir. Voltou a acordar e não pegava no sono. Começou a reparar nos ruídos de insetos que se arrastavam pelo quarto, pegadas de barata, insetos voadores e ranger dos móveis. Os gatos no telhado e no quintal, o vento nas folhas das arvores. A porta da garagem abrindo, pegadas subindo as escadas. O segundo portão se abrindo, pegadas cada vez mais nítidas até parar enfrente ao seu quarto. Seus olhos arregalaram no quarto escuro e seu coração era quase possível de se ouvir. A fechadura da porta começou a fazer barulho. Abrindo lentamente, um estranho, magro e alto com um rosto sem expressão, segura algo em sua mão. O homem do quarto grita, todos os vizinhos ouvem. __‘’não vai doer. Será rápido e indolor’’-fala o estranho segurando uma faca. Por instinto, o homem do quarto chuta-o para traz e sai correndo pelo quintal em direção ao jardim. O homem de faca na mão aproxima-se lentamente, cada vez mais próximo, mas sem pressa. A vítima desesperada implora pela vida ao estranho, que continua andando cada vez mais próximo até encurrala-lo.
Há dois metros de sua vítima, ergue a faca que reluz ao luar. Preparado para dar a facada certeira, seu pé tropeça em um buraco escondido pela grama fazendo seu corpo cair encima da faca. Desconsolado só tem tempo de dizer’’ não era para ser assim’’. O homem encostado no muro do jardim, aliviado pensa ’’a vida é cheia de acidentes’’
Os policiais logo chegam ao lugar do crime e quando o homem acorda, pensa: preciso parar de ver esses filmes.
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quinta-feira, 18 de outubro de 2012
GAROTAS
Nada parecia proibido
Se juntasse todas as mulheres que teve contato, não daria para fazer um curau. Mas estouradas como pipoca, dava uma panela cheia. Não tinha tido tantos contatos, relacionamentos menos ainda, mas sentia a necessidade de escrever sobre elas.
Quando criança, ainda no pré, todos brincavam no intervalo entre o pátio, os brinquedos como o trepa-trepa e a gangorra, a horta e os muros, que na verdade pareciam só paredes. Era uma farra e acredito que éramos felizes de verdade. As meninas já nos interessavam, mas ainda não sabíamos direito como nos relacionar com elas.
Ainda não sabe e hoje tem menos traquejo com elas do que nesse brilhante começo de vida, onde tudo era novidade e nada parecia proibido.
Num desses intervalos, uma garota parecia ousar muito mais do que as demais, chegando um dia a mostrar para todos os garotos sua perereca. Só que eu estava distraído em outra parte da escola e quando soube da novidade já era tarde, o sino tocou e eu não consegui ver nada no meio daquele tumulto todo de meninos em plena euforia tentando se revezar para ver a novidade.
A garota ficou falada, na verdade acho que por causa da reprimenda dos professores. Pois nós gostamos muito e se não fosse as professoras adoraria ver numa segunda vez aquilo que se tornou naquela tarde o evento mais interessante para todos nós meninos.
Aquela garota foi a primeira que tive um real interesse, passando a pensar sobre ela varias vezes até o ginásio, quando a encontrei e descobri que se tornou uma menina simpática, mas meio pudica.
Ainda no pré, num dos intervalos, passeando distraído, encontrei uma garota muito simpática com quem fiquei até o fim do intervalo. Conversávamos muito e reparava pela primeira vez como ela menina era diferente de nós, muito delicada e conduzia a gente pelo pátio aonde ela queria como se eu estivesse hipnotizado naquele momento. Ao tocar o sino ela entrou para uma sala e eu noutra e apesar de estudarmos na mesma escola, nunca mais a vi.
Percebi que quando me interessava pela companhia da pessoa como no caso, não tive muito êxito. Já quando me divertia simplesmente as coisas aconteciam.
Dentro da sala de aula em plena aula, juntamos as mesas para fazer trabalho em grupo. Por acaso fiquei junto com duas garotas. Tenho uma coleção de borrachas e desço embaixo da mesa para pegar uma que caiu. A garota desce embaixo da mesa comigo e dou meu primeiro beijo. A segunda garota desce e pergunta o que estamos fazendo. Puxo-lhe e dou um beijo também. Sem perceber a professora está chamando alto meu nome na sala.
2- O prezinho acabou
Quando mudei de escola, passei longos anos sem me adaptar. A falta do parquinho, as árvores, aquela farra toda cheio de crianças de quase a mesma idade substituída por uma sala onde tinha que se aprender a fazer contas e escrever não foi nada bom pra mim. Eu que aprendera a me relacionar e ser mais expansivo com as garotas, no ginásio retrocedeu em uma timidez e um comportamento em que não fiz nenhum amigo dentro da escola. A não ser de finais de semana quando a escola era ocupada por nós para fazer brincadeiras, como pega-pega, esconde-esconde, pula corda.
Mas o traquejo com as mulheres foi substituído por uma timidez que ao contrário me afastava delas. Fazendo com que os garotos no ginásio falassem que eu tinha medo de mulher. Chegando a receber convites de garotas que eu por timidez demorava tanto a responder com que essas dificilmente ficavam disponíveis quando eu queria.
Ia eu vendo as garotas interessadas em mim com o passar do tempo ficando com meus colegas e até amigos por falta de minha atitude.
Com o tempo fiz dois amigos na rua de casa andando de bicicleta. Com eles passei a sair junto para paquerar as garotas, só não adiantando muito para o meu sucesso, pois eram dois fracassados em matéria de garotas.
3- Começo da vida adulta
Já no colegial depois de muitos anos naquela camisa de timidez, tive coragem de convidar a primeira garota do colégio para sair. A garota não era muito normal, do tipo que gosta de ETs e meditação, mas aceitou sair comigo. Demos uma volta, chegando finalmente numa pracinha. Foi lá que ela perguntou se eu já tinha beijado de língua. E se não, deveríamos experimentar, pois já estávamos velhos para não ter experimentado o que a maioria dos nossos colegas já faziam há anos. Concordei e nos beijamos.
Ela era a primeira garota com que eu tive o projeto de ter uma namorada. Só não foi a primeira porque ela parecia mais interessada em me usar como um experimento do que sentia algo por mim.
Após perder a virgindade com outra mulher, que me colocou no carro e me levou direto para o motel, conheci a segunda garota com quem teria um primeiro relacionamento.
Terminado o cursinho descobri que havia uma garota interessante que gostava de mim e que nunca dera bola. Fui ao cursinho, peguei o endereço de onde trabalhava e pela primeira vez levei flores para uma garota. Que reclamou dizendo que estava atrapalhando o trabalho dela. Mas no dia seguinte ligou agradecendo.
Combinamos de sair. No final do passeio me parou na rua e me beijou deixando meus lábios inchados. Com ela aprendi a namorar. Durando o suficiente para chama-la de primeira namorada.
4-A segunda namorada
Estava na ópera punk com meu amigo gótico, já tendo conhecido de maneira mais intima uma das garotas na primeira vez, quando vejo uma japonesa se interessar por mim. Eu adorava japonesas mesmo sem nunca antes ter ficado com uma. Essa garota é especial. Não só porque era japonesa, porque tínhamos muita coisa em comum e passamos o namoro nos curtindo muito como dois aventureiros vivendo loucuras em viagens, lugares públicos ou proibidos. Até que tivemos uma filha e passamos dois anos casados.
Depois de nos separar conheci na faculdade a primeira garota verdadeiramente apaixonada por mim. Pela qual me deixei levar por anos, voltando a nos ver ocasionalmente depois de termos terminado e sendo amigos até hoje. Sendo a única que não se queixou de mim até hoje.
A primeira vez que saímos me perguntou se eu gostava de assistir filmes pornôs. Isso era uma atitude dela assim como a maioria que fazia tudo ficar mais fácil. Tive depois uma namorada louca que me convidou para sair e que depois de umas duas cervejas, me beijou em plena rua. Outra que era linda como uma modelo, mas disse que nunca tinha beijado na vida, pedindo para me beijar.
Todas queriam de mim alguma coisa. Podia ser um beijo, beijos e sexo, namorar, ou até casar. Mas sempre eram elas que comandavam, fosse um convite, uma conversa ou simples correspondência ao olhar. Só quando elas se mostravam interessadas é que as coisas aconteciam. Assim deixei de me preocupar, já que são elas que estão no controle. Nos últimos anos passei a aproveitar melhor as chances em cada contato, mas estou longe de me considerar um conquistador.
Se juntasse todas as mulheres que teve contato, não daria para fazer um curau. Mas estouradas como pipoca, dava uma panela cheia. Não tinha tido tantos contatos, relacionamentos menos ainda, mas sentia a necessidade de escrever sobre elas.
Quando criança, ainda no pré, todos brincavam no intervalo entre o pátio, os brinquedos como o trepa-trepa e a gangorra, a horta e os muros, que na verdade pareciam só paredes. Era uma farra e acredito que éramos felizes de verdade. As meninas já nos interessavam, mas ainda não sabíamos direito como nos relacionar com elas.
Ainda não sabe e hoje tem menos traquejo com elas do que nesse brilhante começo de vida, onde tudo era novidade e nada parecia proibido.
Num desses intervalos, uma garota parecia ousar muito mais do que as demais, chegando um dia a mostrar para todos os garotos sua perereca. Só que eu estava distraído em outra parte da escola e quando soube da novidade já era tarde, o sino tocou e eu não consegui ver nada no meio daquele tumulto todo de meninos em plena euforia tentando se revezar para ver a novidade.
A garota ficou falada, na verdade acho que por causa da reprimenda dos professores. Pois nós gostamos muito e se não fosse as professoras adoraria ver numa segunda vez aquilo que se tornou naquela tarde o evento mais interessante para todos nós meninos.
Aquela garota foi a primeira que tive um real interesse, passando a pensar sobre ela varias vezes até o ginásio, quando a encontrei e descobri que se tornou uma menina simpática, mas meio pudica.
Ainda no pré, num dos intervalos, passeando distraído, encontrei uma garota muito simpática com quem fiquei até o fim do intervalo. Conversávamos muito e reparava pela primeira vez como ela menina era diferente de nós, muito delicada e conduzia a gente pelo pátio aonde ela queria como se eu estivesse hipnotizado naquele momento. Ao tocar o sino ela entrou para uma sala e eu noutra e apesar de estudarmos na mesma escola, nunca mais a vi.
Percebi que quando me interessava pela companhia da pessoa como no caso, não tive muito êxito. Já quando me divertia simplesmente as coisas aconteciam.
Dentro da sala de aula em plena aula, juntamos as mesas para fazer trabalho em grupo. Por acaso fiquei junto com duas garotas. Tenho uma coleção de borrachas e desço embaixo da mesa para pegar uma que caiu. A garota desce embaixo da mesa comigo e dou meu primeiro beijo. A segunda garota desce e pergunta o que estamos fazendo. Puxo-lhe e dou um beijo também. Sem perceber a professora está chamando alto meu nome na sala.
2- O prezinho acabou
Quando mudei de escola, passei longos anos sem me adaptar. A falta do parquinho, as árvores, aquela farra toda cheio de crianças de quase a mesma idade substituída por uma sala onde tinha que se aprender a fazer contas e escrever não foi nada bom pra mim. Eu que aprendera a me relacionar e ser mais expansivo com as garotas, no ginásio retrocedeu em uma timidez e um comportamento em que não fiz nenhum amigo dentro da escola. A não ser de finais de semana quando a escola era ocupada por nós para fazer brincadeiras, como pega-pega, esconde-esconde, pula corda.
Mas o traquejo com as mulheres foi substituído por uma timidez que ao contrário me afastava delas. Fazendo com que os garotos no ginásio falassem que eu tinha medo de mulher. Chegando a receber convites de garotas que eu por timidez demorava tanto a responder com que essas dificilmente ficavam disponíveis quando eu queria.
Ia eu vendo as garotas interessadas em mim com o passar do tempo ficando com meus colegas e até amigos por falta de minha atitude.
Com o tempo fiz dois amigos na rua de casa andando de bicicleta. Com eles passei a sair junto para paquerar as garotas, só não adiantando muito para o meu sucesso, pois eram dois fracassados em matéria de garotas.
3- Começo da vida adulta
Já no colegial depois de muitos anos naquela camisa de timidez, tive coragem de convidar a primeira garota do colégio para sair. A garota não era muito normal, do tipo que gosta de ETs e meditação, mas aceitou sair comigo. Demos uma volta, chegando finalmente numa pracinha. Foi lá que ela perguntou se eu já tinha beijado de língua. E se não, deveríamos experimentar, pois já estávamos velhos para não ter experimentado o que a maioria dos nossos colegas já faziam há anos. Concordei e nos beijamos.
Ela era a primeira garota com que eu tive o projeto de ter uma namorada. Só não foi a primeira porque ela parecia mais interessada em me usar como um experimento do que sentia algo por mim.
Após perder a virgindade com outra mulher, que me colocou no carro e me levou direto para o motel, conheci a segunda garota com quem teria um primeiro relacionamento.
Terminado o cursinho descobri que havia uma garota interessante que gostava de mim e que nunca dera bola. Fui ao cursinho, peguei o endereço de onde trabalhava e pela primeira vez levei flores para uma garota. Que reclamou dizendo que estava atrapalhando o trabalho dela. Mas no dia seguinte ligou agradecendo.
Combinamos de sair. No final do passeio me parou na rua e me beijou deixando meus lábios inchados. Com ela aprendi a namorar. Durando o suficiente para chama-la de primeira namorada.
4-A segunda namorada
Estava na ópera punk com meu amigo gótico, já tendo conhecido de maneira mais intima uma das garotas na primeira vez, quando vejo uma japonesa se interessar por mim. Eu adorava japonesas mesmo sem nunca antes ter ficado com uma. Essa garota é especial. Não só porque era japonesa, porque tínhamos muita coisa em comum e passamos o namoro nos curtindo muito como dois aventureiros vivendo loucuras em viagens, lugares públicos ou proibidos. Até que tivemos uma filha e passamos dois anos casados.
Depois de nos separar conheci na faculdade a primeira garota verdadeiramente apaixonada por mim. Pela qual me deixei levar por anos, voltando a nos ver ocasionalmente depois de termos terminado e sendo amigos até hoje. Sendo a única que não se queixou de mim até hoje.
A primeira vez que saímos me perguntou se eu gostava de assistir filmes pornôs. Isso era uma atitude dela assim como a maioria que fazia tudo ficar mais fácil. Tive depois uma namorada louca que me convidou para sair e que depois de umas duas cervejas, me beijou em plena rua. Outra que era linda como uma modelo, mas disse que nunca tinha beijado na vida, pedindo para me beijar.
Todas queriam de mim alguma coisa. Podia ser um beijo, beijos e sexo, namorar, ou até casar. Mas sempre eram elas que comandavam, fosse um convite, uma conversa ou simples correspondência ao olhar. Só quando elas se mostravam interessadas é que as coisas aconteciam. Assim deixei de me preocupar, já que são elas que estão no controle. Nos últimos anos passei a aproveitar melhor as chances em cada contato, mas estou longe de me considerar um conquistador.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
TONI
Em vão ele tentava entender a vida, mas ele nem ao menos era narrador desta história. Simples personagem, do tipo que não pode enxergar personagens que estão encobertos por muros, distância ou que andam por outros caminhos. Mas tentava. Sempre olhando para o chão e pensativo, achava que um dia ia sair daquele labirinto.
Os outros só agiam. Alguns concordavam menos outros mais. Mas no geral aceitavam as coisas como eram ou como lhe pareciam. Seus problemas eram do tipo: caiu a bola no vizinho. Preciso de um sapato novo. Fulano é muito chato. Estou endividado. Já ele, não se preocupava tanto com tais problemas, porém deixava de ter uma vida normal.
Andando de olhos para o chão, olhava para si, procurando resolver os problemas do mundo. Visto daqui era um ponto preto prestes a esbarrar em qualquer poste, pedra ou buraco que estivesse em seu caminho.
Uma garota começou a se interessar por ele sem que se fizesse notar. Passava por ele sempre quieta, mas com um sorriso tímido os dois se olhavam.
O tempo foi passando e Branca ligou para Toni até que saíram pela primeira vez. Foram a uma trilha no meio do mato atrás de uma cachoeira. Toni furou seu dedo num espinho. Branca pediu para ver, pegou seu dedo e chupou até o sangue estancar. Corado e vivo, começou a se interessar mais por aquela garota.
Branca não gostava de pensar muito, gostava de viver a vida. Toni foi se deixando levar por aquele sentimento de carpe diem e quando começava a pensar demais Branca falava: ‘’pensar demais fede’’. E assim os dois foram vivendo. De cachoeira em cachoeira, de praia em praia até que Branca teve um susto e pensou: Meu deus! Estou grávida.
Toni adorou ser pai, mas por outros motivos os dois viveram juntos só até os dois primeiros anos de Sofia, que cresceu adorando o pai, com quem adora conversar reflexões e pensamentos filosóficos.
Os outros só agiam. Alguns concordavam menos outros mais. Mas no geral aceitavam as coisas como eram ou como lhe pareciam. Seus problemas eram do tipo: caiu a bola no vizinho. Preciso de um sapato novo. Fulano é muito chato. Estou endividado. Já ele, não se preocupava tanto com tais problemas, porém deixava de ter uma vida normal.
Andando de olhos para o chão, olhava para si, procurando resolver os problemas do mundo. Visto daqui era um ponto preto prestes a esbarrar em qualquer poste, pedra ou buraco que estivesse em seu caminho.
Uma garota começou a se interessar por ele sem que se fizesse notar. Passava por ele sempre quieta, mas com um sorriso tímido os dois se olhavam.
O tempo foi passando e Branca ligou para Toni até que saíram pela primeira vez. Foram a uma trilha no meio do mato atrás de uma cachoeira. Toni furou seu dedo num espinho. Branca pediu para ver, pegou seu dedo e chupou até o sangue estancar. Corado e vivo, começou a se interessar mais por aquela garota.
Branca não gostava de pensar muito, gostava de viver a vida. Toni foi se deixando levar por aquele sentimento de carpe diem e quando começava a pensar demais Branca falava: ‘’pensar demais fede’’. E assim os dois foram vivendo. De cachoeira em cachoeira, de praia em praia até que Branca teve um susto e pensou: Meu deus! Estou grávida.
Toni adorou ser pai, mas por outros motivos os dois viveram juntos só até os dois primeiros anos de Sofia, que cresceu adorando o pai, com quem adora conversar reflexões e pensamentos filosóficos.
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quarta-feira, 10 de outubro de 2012
O BEST SELLER
Ele estava diante do computador tentando escrever uma história de amor encomendada pela editora. O problema é que não ficava com uma única mulher naquele ano. Relacionamentos, mais de dois e histórias que valeriam ser contadas, uns quatro.
Acostumara viver a vida sem romances. As vezes se pronunciava, para uma garota aqui, outra ali, mas no geral conseguiu um jeito de viver a vida sem ser amado. Não ser amado por algumas mulheres não fazia muita diferença, já que era amado por seus amigos e sua família e seu gato.
Mas aí estava o problema. Como escrever sobre algo que no momento não despertara minimamente seu interesse. Por outro lado, precisava daquele contrato, seu editor não aceitaria uma recusa de um iniciante.
Foi até a cozinha, preparou um café, beliscou umas bolachas, voltou ao computador de tela branca.
Tinha uma noção vaga do ser feminino. Escrever sobre elas era algo difícil de improvisar. Eram como crianças carentes sempre atenciosas aos seus bichinhos, nós no caso, mas que quando esses bichinhos deixavam de ser bichinhos, se tornavam dominadoras de feras, quando não nos estraçalhavam.
Era difícil escrever algo realmente bonito com essa noção de mulher em sua cabeça. Foi então que teve uma ideia. Escreveria sobre elas, como se elas fossem homens.
Seis meses depois estava em todas as livrarias como Best seller: ‘’Afrodisíaca Paixão- do autor que mais entende sobre mulheres’’.
Acostumara viver a vida sem romances. As vezes se pronunciava, para uma garota aqui, outra ali, mas no geral conseguiu um jeito de viver a vida sem ser amado. Não ser amado por algumas mulheres não fazia muita diferença, já que era amado por seus amigos e sua família e seu gato.
Mas aí estava o problema. Como escrever sobre algo que no momento não despertara minimamente seu interesse. Por outro lado, precisava daquele contrato, seu editor não aceitaria uma recusa de um iniciante.
Foi até a cozinha, preparou um café, beliscou umas bolachas, voltou ao computador de tela branca.
Tinha uma noção vaga do ser feminino. Escrever sobre elas era algo difícil de improvisar. Eram como crianças carentes sempre atenciosas aos seus bichinhos, nós no caso, mas que quando esses bichinhos deixavam de ser bichinhos, se tornavam dominadoras de feras, quando não nos estraçalhavam.
Era difícil escrever algo realmente bonito com essa noção de mulher em sua cabeça. Foi então que teve uma ideia. Escreveria sobre elas, como se elas fossem homens.
Seis meses depois estava em todas as livrarias como Best seller: ‘’Afrodisíaca Paixão- do autor que mais entende sobre mulheres’’.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
A ANSIEDADE
Aquela ansiedade estava desequilibrando sua rotina. Como uma força de vontade própria, não tinha mais paz em sua casa. Não parava de comer. TV, computador, violão. Queria um trabalho. Dinheiro não tinha, pensar em mulheres estava fora de cogitação. Queria uma distração, mas o que fazer?
As opções sempre se resumiam a arte. Mas que arte sobrevive sem uma vida por trás da arte? Precisava de vida e pra isso de dinheiro. Sem dinheiro, não saia e resumia sua ansiedade em ficar ansioso dentro de casa.
Dinheiro para o transporte até que tinha. Poderia se deslocar até uma exposição. Parou, pensou. Mas pegar dois ônibus, ter o risco de pegar o rush, nem pensar. Estava com preguiça. Preguiça e tédio de ficar em casa. Ligou para um amigo para ver se pagaria uma cerveja, nada.
Foi então que lembrou que tinha meio litro de cachaça. Não teve duvida. Ligou para seu amigo convidando para tomar uma batida antes do show de graça que teria mais tarde do lado de sua casa.
As opções sempre se resumiam a arte. Mas que arte sobrevive sem uma vida por trás da arte? Precisava de vida e pra isso de dinheiro. Sem dinheiro, não saia e resumia sua ansiedade em ficar ansioso dentro de casa.
Dinheiro para o transporte até que tinha. Poderia se deslocar até uma exposição. Parou, pensou. Mas pegar dois ônibus, ter o risco de pegar o rush, nem pensar. Estava com preguiça. Preguiça e tédio de ficar em casa. Ligou para um amigo para ver se pagaria uma cerveja, nada.
Foi então que lembrou que tinha meio litro de cachaça. Não teve duvida. Ligou para seu amigo convidando para tomar uma batida antes do show de graça que teria mais tarde do lado de sua casa.
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012
A GUERRA
A guerra começa. Pedro, de dezoito anos não teve tempo de treinar o tiro ao alvo. Inseguro vai pro fronte sem nem saber direito o porquê ou com quem deve lutar. Longe de casa lembra da namorada que acabara de engravidar e com o salário de soldado se preocupava dia e noite se teria um futuro certo.
Os generais, apoiados pelos seus exércitos e comandantes, estão prontos para ocupar o território inimigo. A cobiça pelo poder e a sede de triunfar são postas como principais motivações deixando suas preocupações pessoais e familiares reservadas ao laser.
Líderes de governo, tensos, não por botarem suas vidas em risco, mas pelo perigo de perderem o poder, suam frio, como hienas que não querem perder o osso.
Nações inteiras lutam juntas para tentar salvar o que ainda resta da organização e mundo antigos. A batalha é de um lado, entre a tecnologia avançada de um Estado contra uma multidão de exércitos mistos governados por comandantes e generais desesperados.
Pedro, suando frio, já não tem certeza se volta para casa. O futuro de seu filho agora parece longe de estar nas suas mãos. Mesmo assim ele se esforça, para voltar vivo para casa e ver seu filho, qual ainda nem sabe o sexo.
Civis dos países atacados entram na guerra, fazendo a diferença ao atacarem o país de superioridade bélica. São vidas inteiras se perdendo dos dois lados. As mortes, as vezes por infecção, ou falta de tratamentos médicos reduzem milhões à milhares. No final não se sabe bem quem ganhou a guerra.
Os generais vitoriosos celebram a vitória, grande motivo de orgulho e medalhas, seus status estão garantidos.
Os líderes de oposição pouco se mexem, como se aquela vitória ou aquela tragédia não o abalassem tanto quanto a Pedro. Que volta sem uma perna, pulando de alegria, pronto para pegar sua filha nos braços.
Os generais, apoiados pelos seus exércitos e comandantes, estão prontos para ocupar o território inimigo. A cobiça pelo poder e a sede de triunfar são postas como principais motivações deixando suas preocupações pessoais e familiares reservadas ao laser.
Líderes de governo, tensos, não por botarem suas vidas em risco, mas pelo perigo de perderem o poder, suam frio, como hienas que não querem perder o osso.
Nações inteiras lutam juntas para tentar salvar o que ainda resta da organização e mundo antigos. A batalha é de um lado, entre a tecnologia avançada de um Estado contra uma multidão de exércitos mistos governados por comandantes e generais desesperados.
Pedro, suando frio, já não tem certeza se volta para casa. O futuro de seu filho agora parece longe de estar nas suas mãos. Mesmo assim ele se esforça, para voltar vivo para casa e ver seu filho, qual ainda nem sabe o sexo.
Civis dos países atacados entram na guerra, fazendo a diferença ao atacarem o país de superioridade bélica. São vidas inteiras se perdendo dos dois lados. As mortes, as vezes por infecção, ou falta de tratamentos médicos reduzem milhões à milhares. No final não se sabe bem quem ganhou a guerra.
Os generais vitoriosos celebram a vitória, grande motivo de orgulho e medalhas, seus status estão garantidos.
Os líderes de oposição pouco se mexem, como se aquela vitória ou aquela tragédia não o abalassem tanto quanto a Pedro. Que volta sem uma perna, pulando de alegria, pronto para pegar sua filha nos braços.
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segunda-feira, 1 de outubro de 2012
O FORMIGUEIRO
Passava antes longas tardes sem dizer nada. Agoniado entre a solidão e a falta de o que fazer, era ele um ansioso corpo, querendo prazeres e novidades. Descobriu um modo de passar o tempo. Cuidava da casa, mantinha-se o máximo ocupado e quando ia fazer alguma coisa como ouvir musica, tomava o cuidado de fazer outra coisa junto para distrair a mente. Não aguentava mais passear sozinho, chegou a ter ódio de passeios culturais sem perceber que o que marcara era a falta de ter com quem partilhar tanta novidade. Até que descobriu seu passa tempo preferido.
Possuía um jardim que fora muito bonito e pomposo no passado. Agora, parecia mais um quintal. Vários formigueiros se instalaram e a maioria das plantas já não tinham flores enquanto que as trepadeiras tomaram conta até do telhado, precisando urgente de uma reforma. Como não possuía prédios ao redor de seu quintal, estava acostumado a tomar banhos de esguicho desde criança, sem nenhum incomodo de ficar pelado. Banhos de sol, esguicho, balde, tudo isso passou a ser ocupado pelos formigueiros. Removeria enfim os formigueiros e faria de novo seu jardim.
Pegou o esguicho e começou a esguicha-los. Mas estavam tão duros que nada aconteceu. Teria que derruba-los com algo duro. Pegou um pau de vassoura e começou a destruir. Euforicamente, passou a destruir em segundos aqueles que seriam os lares de milhares e milhares de formigas em desespero. Foi aí então que tirou a roupa.
As mordidas causavam-lhe euforia de tal forma como só um fetiche bestial pode ser descrito. Em alguns minutos se estrebuchava no chão enquanto milhares de formigas o mordiam. Mordidas atrás de mordidas enquanto ele parecia feliz. Até o segundo momento, em que seu corpo exausto começou a se estrebuchar de desgosto, das picadas, da dor física que o afligiu por inteiro.
Com esforço físico, saiu do quintal e foi direto para o chuveiro se lavar. Tomou um banho demorado, pois uma roupa e foi se deitar. E sonhou. Era um gigante nu do tamanho de um arranha céu que vinha pra acabar com tudo. Seus habitantes, milhares de cidadãos engravatados que mordiam sua perna em vão em meio da anarquia e destruição causada por ele. Eram como formigas insignificantes, era agora o homem mais poderoso, com a cidade aos seus pés.
No dia seguinte ao passar pelo jardim, viu as formigas trabalhando sem parar para refazer os formigueiros destruídos. Dia após dia sem cessar para terem suas vidas de novo no controle. Seriam semanas até que seus lares fossem totalmente reerguidos. Mal sabiam elas que aquele se tornara o passa tempo preferido daquele homem, que passava a maioria das horas sem fazer nada.
Possuía um jardim que fora muito bonito e pomposo no passado. Agora, parecia mais um quintal. Vários formigueiros se instalaram e a maioria das plantas já não tinham flores enquanto que as trepadeiras tomaram conta até do telhado, precisando urgente de uma reforma. Como não possuía prédios ao redor de seu quintal, estava acostumado a tomar banhos de esguicho desde criança, sem nenhum incomodo de ficar pelado. Banhos de sol, esguicho, balde, tudo isso passou a ser ocupado pelos formigueiros. Removeria enfim os formigueiros e faria de novo seu jardim.
Pegou o esguicho e começou a esguicha-los. Mas estavam tão duros que nada aconteceu. Teria que derruba-los com algo duro. Pegou um pau de vassoura e começou a destruir. Euforicamente, passou a destruir em segundos aqueles que seriam os lares de milhares e milhares de formigas em desespero. Foi aí então que tirou a roupa.
As mordidas causavam-lhe euforia de tal forma como só um fetiche bestial pode ser descrito. Em alguns minutos se estrebuchava no chão enquanto milhares de formigas o mordiam. Mordidas atrás de mordidas enquanto ele parecia feliz. Até o segundo momento, em que seu corpo exausto começou a se estrebuchar de desgosto, das picadas, da dor física que o afligiu por inteiro.
Com esforço físico, saiu do quintal e foi direto para o chuveiro se lavar. Tomou um banho demorado, pois uma roupa e foi se deitar. E sonhou. Era um gigante nu do tamanho de um arranha céu que vinha pra acabar com tudo. Seus habitantes, milhares de cidadãos engravatados que mordiam sua perna em vão em meio da anarquia e destruição causada por ele. Eram como formigas insignificantes, era agora o homem mais poderoso, com a cidade aos seus pés.
No dia seguinte ao passar pelo jardim, viu as formigas trabalhando sem parar para refazer os formigueiros destruídos. Dia após dia sem cessar para terem suas vidas de novo no controle. Seriam semanas até que seus lares fossem totalmente reerguidos. Mal sabiam elas que aquele se tornara o passa tempo preferido daquele homem, que passava a maioria das horas sem fazer nada.
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