domingo, 30 de setembro de 2012

A MAÇÃ

Então, aquele homem, desenganado pela vida, sentou sobre o chão e desfrutou da tranqüilidade do domingo. E toda luz revelou uma paisagem pálida e brilhante. O mundo nunca mais seria o mesmo. Ele vivia uma imagem tipicamente realista. Seus olhos estavam cansados, pois já não sentia a intensidade das cores, porém, a luz branca daquele dia calmo banhava os seus poros lentamente. Preso no tempo, como um relógio, estava exausto, com uma ressaca diferente das que estava acostumado. Levantou-se com esforço sentindo uma dor no pescoço. Começou a caminhar sobre aquelas ruas que antes estariam cheias de carros e pessoas, sozinho, com muito tempo para pensar. Sentia sua alma pra dentro fazendo com que seu corpo ficasse arqueado, de olhos pro chão. Não sabia pra onde caminhava, só queria pensar. E não resolvia nada pensar naquela hora. Então caiu algo em sua cabeça e olhou para cima.

Uma voz do alto, um equilibrista pediu-lhe desculpas por deixar cair sua maçã. __Desculpe! Minha maçã caiu! Surpreendido pelo funâmbulo saiu de seu transe instantaneamente. __Quer que eu jogue? __Antes dê uma mordida! Ao sentir o doce da fruta extremante suculenta de cor rubra, seu rosto corou. Jogou a fruta ao circense que lhe agradeceu e foi embora. Continuou seguindo seu caminho, agora, mais aliviado. Pensou que talvez estivesse com fome. Olhou para traz e o equilibrista aos poucos fora sendo coberto pelos prédios. Naquela mesma tarde anoiteceu e vieram cores em seu pensamento. Mas de fato ele nunca mais foi o mesmo.

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