Havia um meio choro dentro dele que não conseguia expressar. Era um tipo de constatação de um defeito que não podia corrigir. Talvez as novas ações sim, mas o passado não poderia mudar.
Então se viu feio no espelho. Não era algo visível, era algo interno. Talvez só uma má impressão. Era uma espécie de retrato de Dorian Gray ali ao vivo.
Isso o assustou e tentou fazer o possível para contornar a situação reafirmando para si que era uma pessoa boa.
Mas a impressão não passou. Teve que escrever uma carta sobre si e dentro dela um ser que parecia com ele. Essa busca dele mesmo sempre criava novos personagens, que a partir tomavam vida própria.
Mergulhado em palavras logo não mais se lembrava de seu monstro, que ficara guardado páginas atrás.
sexta-feira, 17 de maio de 2013
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